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AMIGO

Dia destes ouvi alguém pigarrear para depois fazer pose de sábio-poeta e místico e dizer, com impressionante entonação de barítono compenetrado: “Amigo é alguém que nos faz sentir melhor e, sobretudo amados”. Não sei se improvisou essa bobagem para impressionar ouvintes mentalmente adormecidos, ou se a repetia, após tê-la ouvido de algum intelectual em moda ou autor de best-seller.

O fato é que, sempre existiram homens e mulheres que se sentiram bem e amados antes de serem traídos, enganados e ludibriados por falsos amantes, amigos da onça e outros inconstantes. Deveriam se consolar com a frase e esquecer as malfadadas experiências de vida com os sórdidos charlatões, que os fizeram se SENTIR bem e amados?

Pessoas hipócritas, que vivem cumprindo rituais profissionais e sociais, costumam ser simpáticas, agradáveis, sedutoras e PARECEM carinhosas, educadas, dedicadas, e até ACREDITAM ser como aparentam. Porém, na realidade, geralmente só se preocupam consigo mesmas e permanecem indiferentes à dor que causam naqueles que as confundem com amigas. Tais pessoas, por serem volúveis, TROCAM de “amigos” por qualquer promessa de vantagem ou oportunidade de ter “sucesso” na vida; e quando conseguem perceber a inconstância afetiva em que vivem, acham que isso está de acordo com a nossa era progressista e globalizada; ou que os outros devem aceitá-las assim como são.

Para verificarmos o equívoco da frase aludida, basta que pensemos nas inúmeras experiências frustradas de pessoas que, por algum tempo, se SENTIRAM melhor e amadas, pela presença de “amigos” que, posteriormente, se revelaram levianos e volúveis, no mínimo.

Afinal, porque as pessoas sadias precisam trabalhar e cuidar da própria vida, os inconstantes e levianos se aproximam por tempo mais ou menos longo de outras, e depois de conquistar SENTIMENTOS de amizade, amor e confiança, usam a desculpa de terem outras ocupações para TRAIR todas as promessas que fizeram de amizade duradoura. Normalmente, estão INCONSCIENTES do que fazem na busca insana que as levam vida a fora.

Pode ilustrar bem esta análise o exemplo de Judas, que se postou como “amigo” de Jesus por um bom tempo. Certamente o mestre o amou e se sentiu melhor com ele por perto, mas isso em razão da própria GRANDEZA amorosa e espiritual e não pelos méritos de Judas.

Não bastassem estes argumentos para o leitor, verifiquemos ainda que, sob a orientação dessa aporia de boteco, não poderíamos afirmar que o outro nos considera amigo, porque não termos como saber o que ele SENTE em relação a nós. Há pessoas que geralmente não dizem que se sentem bem e amadas ao nosso lado por timidez e, na pior das hipóteses, porque não querem mentir, para não nos magoar, não ofender, não arranjar encrenca ou não estragar seus planos de conseguir alguma vantagem futura por nosso intermédio; seja levar nosso dinheiro, filha ou outro bem qualquer.

Temos, então, que procurar saber se somos considerados amigos por vias indiretas, ou seja, observando por quanto tempo a pessoa ficará do nosso lado, efetivamente, por se sentir melhor e, sobretudo amada... Ora, para não nos angustiar, esperando MUITO tempo para saber se somos considerados amigos ou não, será melhor adotarmos um referencial mais racional que o mero SENTIR alheio.

Vendo em Jesus Cristo a GRANDEZA espiritual do amigo fiel e constante, podemos tentar imitar a sua GRANDEZA sábia e amorosa, buscando AMAR a todos que de nós se aproximam, como se fossem amigos verdadeiros, mas com a cautela inteligente de esperar até que eles se revelem Judas, se preferirem, ou FAÇAM aquilo que a GRANDEZA ou a BAIXEZA de seu caráter determinar. Depois, é só continuar AMANDO ainda mais aos que provam ser bons amigos, permanecendo por muito tempo ao nosso lado, tolerando e perdoando nossas falhas sempre, assim como nós as deles.

Portanto, o amigo que somos ou temos se define pela GRANDEZA espiritual que se manifesta em um FAZER constantemente leal.

 

 

Prof. Jorge Melchiades Carvalho Filho

Fundador do NUPEP

Membro da Academia Sorocabana de Letras

Publicado na Folha Nordestina – edição de maio - 2012

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