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O cientista de araque

Com artigo que pretende explicar "Por que a ideia da vida após a morte não morre", a revista Veja de 15/2/12 abordou novamente o tão batido debate entre fé e razão. Por força de um amestramento ideológico e cultural, é comum nesse tipo de publicação se atribuir fé somente a quem defende tese espiritualista, não importando se demonstra alto nível racional. Por outro lado, a "impecável" razão, sem erros nem mácula, seria sempre propriedade dos fãs do materialismo ateu, por mais contraditórios e irracionais que sejam seus argumentos.

Se estivéssemos na Idade Média prevaleceria o contrário, e a falta de VERDADE racional seria atribuída a quem defendesse coisa diferente daquilo que a ideologia dominante impunha: a fé na alma ou no espiritualismo. Ora, ter fé é depositar um forte SENTIMENTO de certeza em algo que supostamente existe, acontecerá ou aconteceu, mas sem ter provas lógicas ou experimentais de que assim seja, será ou foi. Quem tem fé, pois, ACREDITA que a sua concepção infundada a respeito de algum fenômeno corresponde à verdade ou à realidade. E CRENTE tem bastante, porque na INCONSCIÊNCIA todo mundo deposita fé em muitas ideias, inclusive na existência da vida após a morte ou na não existência.

Em razão do forte sentimento de certeza envolvido na crença de que não há existência da vida após a morte, ou de que há, o CRENTE não costuma prestar atenção nos argumentos contrários, numa demonstração de teimosia ditada por pura prevenção preconceituosa. Aliás, em qualquer sociedade e época as pessoas se sentem mais à vontade com os preconceitos e CRENÇAS ditadas pela ideologia dominante, por causa da sensação de SUPREMACIA e de dominância que desfrutam sobre os "pobres hereges", cujas ideias são consideradas "bregas", "por fora", ou não afinadas com a MODA do saber "correto" estabelecido.

A história dos povos mostra que os homens são animais territoriais e que defendem ferozmente contra rivais, TUDO o que consideram sua posse, sejam bens móveis, imóveis, animais, parceiro conjugal, filhos, parentes ou ideias. Entre humanos há, ainda, a ambição de querer ampliar posses, território e âmbito de domínio... Ambição é um vício impulsivo que se manifesta claramente nas incursões guerreiras, políticas e sociais, bem como na luta pelo sucesso pessoal, quando se busca CONTROLAR a atenção alheia direcionando-a para si. Com efeito, pode-se verificar historicamente, que até a Idade Média e em certos lugares do planeta até hoje, o poder político é exercitado CONTROLANDO-SE a crença religiosa... Mas, em boa parte do mundo ocidental o CONTROLE após a Idade Média passou a ser científico, na medida em que se aprimoraram métodos psicológicos e se criaram instrumentos radiofônicos e midiáticos de alta tecnologia para levar as massas a crer somente na INTERPRETAÇÃO que alguns indivíduos investidos de autoridade na sociedade dão aos fenômenos da natureza. Entre estes podemos mencionar Buda, Cristo, Maomé, sacerdotes de igrejas, Isaac Newton e cientistas em geral. E de fato, prevalece na mente das pessoas a OBEDIÊNCIA aos ditames dos que se apresentam como INTÉRPRETES da divina ou da científica VERDADE. Entendendo esses pressupostos podemos entender também, porque o poder pode ser exercido em nome da crença em Deus e porque os crentes na ciência materialista querem exercer sua cota de supremacia pessoal e de dominância botando banca de INTÉRPRETES da verdade científica.

Agora vejamos que, o cientista assume o compromisso de EXAMINAR fenômenos da realidade, utilizando-se de métodos apropriados para desvendar os efeitos MATERIAIS produzidos pela atuação de energias primordiais, em estudo na Física Quântica que deixou há muito o mecanicismo newtoniano para trás. Tais energias causais, essenciais e primordiais foram, todavia, desprezadas pela ciência materialista por serem consideradas METAFÍSICAS e fora do alcance experimental de seus métodos. Para ser honesto e coerente, portanto, o cientista ateu e materialista deve se abster de especular sobre a existência ou não existência da GRANDE MENTE de Deus ou da vida após a morte, porque cai no terreno da CRENÇA, já que irá opinar sobre coisa que NUNCA estudou e, que portanto, desconhece. Para falar como cientista honesto, a respeito desses assuntos, deveria pesquisá-los com MÉTODOS que lhes são compatíveis. Todavia, muitos são os cientistas de araque, que querendo ganhar notoriedade e "sucesso", se propõem a combater a crença METAFÍSICA em Deus e na vida após a morte, se valendo desonestamente do prestígio de suas profissões e posicionando-se como AUTORIDADES em assunto do qual são meros CRENTES. Ou seja, divulgam a fé que possuem nas próprias INTERPRETAÇÕES METAFÍSICAS sobre a realidade, pois não podem comprovar experimentalmente a afirmação negativa que fazem, como faria um verdadeiro cientista. O pior é que, ao divulgarem suas CRENÇAS, os cientistas de araque costumam ridicularizar covardemente a fé dos mais humildes que utilizam figuras mitológicas para explicar EXPERIMENTOS pessoais que muitas vezes vivenciam. Por terem dificuldade de se expressar nos termos mais cultos, fazem o que podem para comunicar o que viram, ouviram ou SENTIRAM em dado momento. O cientista de araque, sem condições materiais para ingressar no estudo dessas EXPERIÊNCIAS e nem coragem para enfrentar os preconceitos e ironias de seus pares, ao adotar método compatível com o fenômeno narrado, prefere exibir DOMINÃNCIA intelectual humilhando e chamando de doidos, alucinados e mentirosos os que se expressam com humildade. Esta atitude nada científica já foi enfrentada por muitos gênios da ciência, como Galileu, Nicolau Copérnico e outros na Idade Média...

Os cientistas de araque são mal intencionados, e se querem discutir METAFÍSICA ou os EXPERIMENTOS estudados por uma ciência que não exclui preconceituosamente da natureza a sua parte subjetiva, devem ao menos procurar adversários do tamanho adequado para lhes mostrar o quanto são CONTRADITÓRIOS e IRRACIONAIS quando se propõem a ridicularizar CRENTES como eles.

 

 

Prof. Jorge Melchiades Carvalho Filho

Fundador do NUPEP

Membro da Academia Sorocabana de Letras

Publicado na Folha Nordestina – edição de janeiro - 2012

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