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OS FILHOS DA LUTA

Excetuando os indivíduos de caráter bem formado, que são as exceções, diríamos que as últimas gerações têm deteriorado bastante as relações humanas. É cada vez mais comum a rebeldia contra a disciplina exigida para se respeitar valores éticos e preservar a cordialidade entre pessoas. Como consequência, também é cada vez maior a participação de crianças e jovens em crimes violentos, no tráfico e consumo de drogas. A REBELDIA contra valores humanos se apresenta em diferentes níveis que vão desde a simples insubordinação a deveres familiares até aos crimes mais perversos; e, embora pareça humana, geralmente é motivada, não por uma reflexão racional, mas sim por impulsos sentimentais compartilhados com os mais estúpidos animais irracionais. Por isso, não será de todo incorreto chamar os rebeldes de FILHOS DA LUTA em prol da destruição das conquistas de civilidade e da humanização, entre as quais estão a do respeito às tradições e aos valores morais.

Os filhos da luta são de qualquer idade, sexo, classe social e nível educacional, sendo parte deles considerada importante, porque nas escolas e universidades ostenta pose de intelectual e justifica a propagação da “causa rebelde” com falsas razões ou racionalizações, entre as quais a de que a irreverência é salutar para o combate aos valores tradicionais e morais hipócritas. Sem conhecer as verdadeiras causas da HIPOCRISIA humana e, portanto, sem oferecer projetos éticos superiores aos que aí estão, esses pretensos “sábios” de palavrório envolvente disseminam a absurda ideia de que se devem rejeitar as tradições éticas, principalmente as cristãs ou religiosas! Aí mostram total desprezo à inteligência de geniais antepassados, que regaram a cultura ocidental e oriental com valiosas soluções para problemas individuais e coletivos.

Ora, tal atitude equivale a uma rejeição inconsequente de inúmeras conquistas humanas como a de fazer fogo para cozer alimentos, a invenção da roda, do anzol, das ferramentas e demais técnicas que permitiram ao homem galgar a uma superior sobrevivência material. Estas conquistas foram a BASE sobre a qual o homem pôde desenvolver a estupenda tecnologia da atualidade.  Porém, elas não teriam sido possível se antes não tivesse havido a conquista de prescrições éticas para a convivência pacífica e a colaboração mútua. Sem que houvesse regras impondo o respeito e a confiança recíproca à vida coletiva, dos bandos aos clãs, das tribos a sociedades maiores e grandes nações, estaríamos sem uma cultura de tantas técnicas práticas e talvez comendo minhocas cruas.

As REGRAS, que no inicio foram morais e só depois legais, são de maior importância à sobrevivência individual e coletiva, porque com elas os bandos primitivos puderam subsistir antes da descoberta do fogo, da roda e das demais técnicas materiais.  Estas sempre dependeram dos valores éticos e inclusive da tradicional linguagem oral, cuja função primordial permitiu a UNIÃO das pessoas, o fortalecimento dos afetos e a transmissão da cultura. Podemos, é evidente, dispensar o uso do anzol porque compramos o peixe na peixaria, mas não é porque substituímos o costume da pesca pelo de comprar que podemos menosprezar sem erro a tradição pesqueira... Também não é porque os intercâmbios culturais podem se realizar por impulsos digitais que o diálogo oral deva ser abandonado.

Ora, com a crassa estupidez dos que se julgam espertos, os “irreverentes” corrompem crianças e jovens influenciáveis, ostentando orgulho, como se tivessem inventado a rebeldia. Eles destroem valores que no passado sustentaram não só a sobrevivência individual, social e coletiva, mas também os avanços de civilidade e de humanização. Ostentando vaidade irracional, portanto, os filhos da luta se exibem em shows, nas práticas esportivas, nas ruas e em toda parte, visando escandalizar com roupas ou sem elas, com adereços extravagantes e ação grosseira, obedecendo a uma MODA muito velha. Ela começou a ser lançada por alguns homens bem mais sagazes que eles, que tendo em vista o PODER político elaboraram formidável IDEOLOGIA econômica de mercado. Louvando a “Riqueza das Nações”, delinearam o repudio a qualquer outra ingerência no exercício do poder político, principalmente a da moral que até então era a da tradição religiosa. Maquiavel já havia preconizado em “O Príncipe”, (1513), a ética que nortearia o domínio político e a ética do mercado; e, no século XVII, o Liberalismo fixou que o indivíduo deveria fazer o que lhe aprouvesse, desde que respeitasse DIREITOS alheios. Aqui, então, o homem pouco reflexivo foi declarado oficialmente livre dos preceitos morais, para atender a seus instintos e desejos individuais. Depois, no século XIX surgiu Karl Marx convocando os proletários do mundo a se rebelar contra os direitos alheios, que segundo ele são adquiridos de modo injusto... Para ele o direito alheio perdeu a razão de ser e os valores éticos da JUSTIÇA burguesa deviam ser afrontados. Também suas propostas tiveram sucesso e muitos aceitaram sem reflexão as ideias de rebeldia burguesa e de rebeldia comunista, legando-as aos descendentes até que se tornassem MODA CULTURAL atual.  

 

 

Prof. Jorge Melchiades Carvalho Filho

Fundador do NUPEP

Membro da Academia Sorocabana de Letras

Publicado na Folha Nordestina – edição de abril - 2012

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