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Ótima oportunidade ao leitor, de conhecer alguns conceitos básicos da teoria freudiana através de uma sintética, interessante e revolucionária versão não materialista. Ao relatar O SONHO que teve com o criador da Psicanálise, o autor vai expondo, de maneira acessível a qualquer pessoa interessada, os passos primordiais para o início de uma ANÁLISE pessoal, que leve em conta os anseios mais PROFUNDOS da alma.

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Faça-se a Luz!

O homem foi o único animal capaz de explicar, bem ou mal, o surgimento de outros seres e de si mesmo no universo, porque se propôs a pensar sobre o assunto com seriedade. Seja usando a imaginação mítica, a razão filosófica, científica ou religiosa, ele formulou as duas teorias básicas que até os dias de hoje são debatidas: 1ª) a da criação divina; 2ª) a da evolução (com ou sem a interferência de Deus). As evidências racionais, científicas, geológicas, antropológicas, embriológicas, genéticas, entre outras, parecem confirmar a segunda, que propõe a evolução de todos os animais dos antecedentes, durante o decurso de bilhões de anos. Como todos os animais são geneticamente semelhantes aos ancestrais, também trazem consequentes semelhanças em relação aos reflexos, a fisiologia e instintos. Sendo assim, é inconcebível supor que os homens escaparam dessa imposição natural; salvo se na inconsciência misturarmos a primeira teoria com a segunda para defender CONTRADITÓRIA criação ESPECIAL e privilegiada para eles.

O extraordinário Sigmund Freud (1856-1939), seguindo a lógica racional da teoria evolucionista, postulou e demonstrou que os homens estão submetidos a impulsos instintivos que geram neles muitas motivações INCONSCIENTES, em razão da ligação genética com o passado irracional. Justamente pela interferência dos apelos INCONSCIENTES na consciência, não exercitariam com tanta magnificência o tão propalado LIVRE-ARBÍTRIO. Freud demonstrou, então, que na idade adulta, o estado de consciência do indivíduo sofreria influências da personalidade moldada na infância, na qual o ID (a fonte das forças instintivas), o impeliria a perseguir o prazer egoísta com atos sem ética e puramente animais. E, seria apenas um animal, se durante a infância não atuasse sobre ele o SUPEREGO, ou a CULTURA ética ou antiética introjetada (assimilada, incorporada na psique desde a primeira infância), que o amestra para agir de modo socialmente determinado. Este SUPEREGO implica nas proibições explícitas e implícitas que o grupo social imediato impõe, por meio de exigências chantagistas e condicionantes, reprovando ou aprovando atitudes. Ou seja, ou o sujeito age como o grupo social incentiva, e SE SENTE "especial", inteligente, esperto, um sucesso, formidável, "gostoso", poderoso etc.; ou age como o grupo condena e SE SENTE "chato", fracassado, rejeitado, esquisito, etc.

O EGO, segundo Freud, é a estrutura inteligente da personalidade, que vive PRISIONEIRA, tanto do animal remanescente quanto do social, CRENDO fazer o que quer por obedecer ao "coração" ou à consciência. Entretanto, atende ao comando do animal irracional, com a aprovação do grupo social, que pode ser reacionário, progressista, ético ou “rebelde”. Assim, a jovem, na época de Freud, era levada a perseguir o casamento para realizar anseios sexuais e maternais; hoje, é incentivada a “ficar” com variados parceiros e a ter filhos deles para se sentir culturalmente avançada. Assim, é normalmente "proibida" culturalmente de preservar a virgindade e de ter recato pessoal.

Então, em qualquer das "opções" dadas o indivíduo revela EGO às voltas com os sentimentos animais e egoístas DISFARÇADOS por RACIONALIZAÇÕES culturais que o grupo social "sugere", mas sempre ao comando das forças que atuam na INCONSCIÊNCIA.

Para superar a ESCRAVIDÃO do EGO, que implica em fazer o que o animal quer e o que o social (parentes, colegas, sociedade...) exige, é preciso fazer emergir o EU; uma inteligência individual LIBERTA, que pode agir como animal cultural sem ser MANIPULADO, porque está CONSCIENTE de ser capaz de ILUMINAR com a razão os caminhos de uma vida espontânea e própria...

Alguém poderá pensar: “não preciso dessa teoria freudiana porque já tenho a minha filosofia de vida...” Bom! Se tiver mesmo uma teoria filosófica de vida e o que tiver não for apenas uma mera RACIONALIZAÇÃO, então estamos diante de alguém que busca, racionalmente, os próprios caminhos. Mas, acontece que muitos dizem exatamente o mesmo e seguem "o que o coração dita" e o que o grupo social de sua preferência RACIONALIZA, porque estão INCONSCIENTES do que significa raciocinar e filosofar, até que compreendam o encadeamento coerente das ideias que compõem uma teoria.

A fase áurea do pensamento filosófico, na qual floresceu o pensamento científico, foi chamada de ILUMINISMO, porque nela se entendia a RAZÃO como a faculdade de ILUMINAR. No mesmo sentido analógico, todos parecem saber que as TREVAS da ignorância resultam da AUSÊNCIA DE LUZ e também, que para ter LUZ é necessário um trabalho específico e um gasto correspondente de ENERGIA. Em nossas casas, quando "clicamos" o interruptor temos automaticamente a LUZ gerada com gasto de energia elétrica. Na mente, quando respondemos as questões que nos são oferecidas pela vida de modo fácil e rápido, não é porque somos sábios e sim porque estamos reagindo por meio de reflexos condicionados, tal e qual um papagaio amestrado. O "clicar do interruptor" que ativa a LUZ do trabalho racional é a DÚVIDA. Portanto, a razão só é LIGADA quando seguimos o exemplo do filósofo grego Sócrates, que falava: "A única coisa que sei é que nada sei", e não desmentia o que dizia, pois BUSCAVA conhecer a si mesmo...

Por conseguinte, nos tornamos humildes intelectualmente quando, em vez de dar seguras e rápidas respostas, as colocamos em dúvida e buscamos raciocinar... Afinal, não precisamos de trabalho algum para desfrutar as certezas de nossa atual sabedoria condicionada e as TREVAS, ao lado de apreciadores do BBB e de outros tantos reprodutores do que há de mais retrógrado e antiético na nossa sociedade...

 

Prof. Jorge Melchiades Carvalho Filho

Fundador do NUPEP

Membro da Academia Sorocabana de Letras

Publicado na Folha Nordestina – edição de fevereiro - 2012

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